sábado, 1 de agosto de 2009

INDEPENDENCE DAY...

"Um belo dia resolvi mudar e fazer tudo o que eu queria fazer... me libertei daquela vida vulgar que eu levava estando junto a você! Em tudo o que eu faço existe um porque... e eu sei que eu nasci, sei que nasci pra saber... saber o que?" ( Rita Lee)


Em primeiro lugar: o esse texto não é uma ode ao feminismo. E com isso posto às claras desde o ínicio, posso começar.

Ouvi um dia por aí, de um ilustre desconhecido: "Eu trabalho, pago minhas contas, tenho minha casa, uma diarista que limpa e cozinha... e uma namorada, ou seja, sexo garantido... pra que casar?". Essa, com certeza, foi uma colocação de um típico solteirão carioca. Conversa de bar, frase solta no meio da noite, que me fez pensar sobre o tema dessa postagem.

No início desse mês, resolvi comprar uma coisa que facilitaria muito a minha vida... o que é o que é? Pulsa forte, tem diversos níveis de intensidade, variedade de modelos e tamanhos, treme nas mãos durante seu uso e é laranja?

MINHA PRIMEIRA BALCK&DECKER! ( o que vcs pensavam que podia ser? rsrsrs...)

Olha, sinceramente, não lembro de quando ganhei meu primeiro sutién... mas o dia em que comprei minha primeira furadeira ficará para sempre gravado em minha memória! Eu já tinha uma caixa de ferramentas básicas para as "emergências do lar" - saí de casa há dez anos e desde então aprendi que era necessário ter sempre por perto uma chave de fenda, martelo e pregos, por exemplo - mas existe coisa mais libertadora do que querer pendurar uma prateleira em casa e não pecisar chamar ninguém pra fazer isso por você? Ok, existe sim... só que naquele momento foi assim que me senti: a mais livre das criaturas!

Sou fruto de uma infância maravilhosa. Tenho um pai que é meu melhor amigo, uma mãe que diz sempre que me criou pra "voar", uma madrinha que é realmente minha segunda mãe e uma irmã, que está do meu lado pro que der e vier. Ou seja, sempre tive o apoio da minha família para seguir cada sonho que eu tive ( investindo na arte, no amor... ou nos dois juntos) com a mais pura verdade do meu coração, mesmo sabendo que eu estava escolhendo andar por caminhos mais complicados e cheios de obstáculos. O objetivo final sempre foi minha independência. E essa palavra, com certeza, sempre foi a mais usada por mim desde criança. Lembro de dizer, ainda bem pequena : "quando eu fizer 18 anos vou sair de casa". Acho que quando me perguntavam "ei, menina, o que você quer ser quando crescer?", eu devia responder: "independente"! Hehehehehehehe...!

É óbvio que o tempo passa e a gente começa a perceber que vive de planos, não de sonhos. Eu só aprendi essa valiosa lição há pouquíssimo tempo... na verdade, ainda estou aprendendo. Resolvi fazer outro vestibular, por exemplo. Ter uma profissão complementar que me traga um pouco mais de estabilidade, até mesmo para poder viver com mais tranquilidade esse mundo de "sonhos" em que eu amo estar. Minhas aulas começam esse mês e, a partir daí, serão dois anos e meio numa dimensão completamente nova pra mim. E estou empolgadíssima!

Faço isso pensando em mim, no meu futuro, nos filhos que desejo ter, na saúde dos meus relacionamentos... sim! Porque esse discurso feminista de "sou independente... homens? bleeeerrrgh!" não é meu não!!!

Adoro minha caixa de ferramentas, minha nova furadeira, mas acho uma delícia me sentir "protegida" por braços mais fortes, mesmo sem precisar da proteção... deixá-lo pagar a conta inteira quando ele diz "deixa comigo", mesmo que eu possa pagar... ouvir aquela voz grave me trazendo pro eixo quando eu enlouqueço... pedir pra que ele abra o vinho... cozinhar, fazer o prato que ele mais gosta, ficar embaixo do edredon nas noites de frio vendo um bom filme e dormir "de conchinha".

Ouço muitas amigas reclamando o quanto é difícil ser "mulher" nos dias de hoje, pois ao mesmo tempo em que lutam por direitos iguais, sentem muita falta dos homens que tiram seus casacos para esquentá-las, abrem a porta do carro, etc etc etc... ahhhhh, gente, não é tão difícil não...

... hay que endurecer, pero sin perder la ternura JAMÁS! *

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* By Ernesto Che Guevara.

Um comentário:

mprazin disse...

Por supuesto que sy, aunque toda mujer tambien Guevara.